segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Negociar renovação do aluguel é arma para fugir da alta dos preços

A alta dos aluguéis no Rio chegou ao ápice no ano passado, mas seus reflexos podem ser sentidos até hoje. Para os que estão prestes a ver seu contrato de locação chegar ao fim, só resta uma coisa a fazer: negociar muito!
A subida dos preços foi democrática. De acordo com uma pesquisa do Sindicato da Habitação do Rio (Secovi Rio), em 2010, 22 dos 24 bairros monitorados apresentou alta no valores de locação. O campeão foi Botafogo, com alta de 103% nos imóveis residenciais de três quartos.
Não é preciso andar muito pela cidade para ouvir histórias de pessoas que tiveram que se mudar ou dar um jeitinho para arcar com o novo valor. A contadora Daniela Gama, de 30 anos, foi uma delas. O aluguel de seu conjugado, no Flamengo, custava R$ 600. Num piscar de olhos, houve um aumento de 33%:
— Agora, estou pagando R$ 800. E olha que poderia ter sido pior, se não fosse amiga da proprietária. No meu prédio já estão cobrando mil reais.
Os imóveis comerciais também estão no bolo. Nos seis primeiros meses do ano, os campeões de valorização foram a Tijuca, com aumento de 51,1%, e o Centro, com alta de 30,5%. Nesse caso, a situação fica um pouco mais difícil, pois mudar uma empresa de lugar gera custos com os quais os donos, muitas vezes, não podem arcar.
— Alugamos um imóvel comercial na Taquara e pagávamos quase R$ 2.200. Quando venceu o contrato, o dono alegou que o valor estava defasado em relação à região e pediu R$ 5 mil. Conseguimos negociar por R$ 4 mil, por sermos bons inquilinos — diz Genaro Gomes, representante da empresa.
De acordo com o vice-presidente do Secovi Rio, Manoel Maia, após o contrato, o proprietário pode pedir o aumento que desejar, e a única saída para o inquilino é mostrar que é um bom pagador e preserva bem o imóvel.
A justificativa para a alta? O diretor de locação da Associação Brasileira das Administradoras de Imóveis (Abadi), Carlos Samuel de Oliveira Freitas, e Edison Parente, diretor da Renascença Administradora, fazem coro: a escassez de imóveis no mercado. Mas, segundo Freitas, resta uma esperança:
— Somente até o fim deste ano entrarão no mercado cerca de 50 mil imóveis. Como a locação também é regida pela oferta e pela procura, espera-se que, em janeiro de 2012, os preços se estabilizem, pois quem comprou uma dessas unidades vai liberar um imóvel.
Inquilino
É mais fácil barganhar o aumento quando o aluguel ainda não venceu. Portanto, antecipe-se sempre que possível. Assim, o inquilino mostra ao proprietário boa vontade e estreita o vínculo com o mesmo. Na hora de negociar, use como pontos a seu favor o cuidado com o imóvel e o cumprimento de prazos e pagamentos da mensalidade.
Proprietário
Antes de propor o aumento do aluguel, faça uma pesquisa de preços dos imóveis similares da região. Tentar subir o valor além do que o mercado comporta pode gerar confusões com um bom inquilino e fazer com que o bem fique sem interessados. Apesar da pouca oferta de residenciais e comerciais, é difícil encontrar quem aceite pagar valores descabidos.
Sem acordo
Caso as negociações sobre o novo valor fracassem e o contrato tiver chegado ao fim, o proprietário pode entrar com ação de denúncia vazia, pedindo a desocupação do bem em até 30 dias. Já se o contrato for por tempo indeterminado, a medida deve ser a mesma, mas o prazo para desocupação subirá para até 90 dias.

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