quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Estudo associa grupo sanguíneo à fertilidade feminina



A capacidade de uma mulher engravidar depois dos 35 anos pode ser influenciada pelo seu tipo de sangue, revelam investigadores do Albert College of Medicine, em Nova Iorque, e da Universidade de Yale.

O estudo envolveu 560 mulheres, com a idade média de 35 anos, submetidas a tratamentos de fertilidade. Os resultados revelaram que aquelas com tipo sanguíneo "O" tinham indícios químicos ligados a um baixo número de óvulos, embora os investigadores não tenham encontrado uma explicação clara para esta conclusão.

A investigação focou a hormona folículo-estimulante (FSH), uma substância química que estimula a secreção de estrogénio. Altos níveis desta hormona indicam que a reserva ovariana está a reduzir-se de uma forma mais acelerada, o que pode reduzir as probabilidades de concepção quando as mulheres chegam aos 35 anos.

As análises realizadas ao sangue revelaram que as mulheres com tipo de sangue "O" tinham maior quantidade de FSH, enquanto as do grupo sanguíneo "A" tinham níveis mais baixos desta hormona.

Os investigadores pretendem agora que esta análise seja alargada a uma escala suficiente vasta para confirmar os resultados. Além disso, é necessário verificar se estes resultados são  válidos para mulheres sem problemas de fertilidade, uma vez que  que todas as que se colaboraram nesta investigação estavam a fazer tratamentos de fertilidade.

Os resultados deste estudo norte-americano foram apresentados numa conferência da Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva, em Denver.


 

Crianças sobredotadas precisam de ser bem acompanhadas e motivadas



A Universidade Fernando Pessoa (UFP) promove amanhã o primeiro seminário ibérico sobre sobredotação. O encontro que terá lugar a partir das 9h30, no Porto, tem por objectivo divulgar uma temática pouco conhecida junto da população e ajudar a melhorar a capacidade de resposta das famílias e agentes educativos face às necessidades das crianças sobredotadas. Ciência Hoje falou com Ana Costa, coordenadora da comissão organizadora do evento, sobre a área pouco estudada em Portugal e sobre os mitos que continuam associados às crianças que desde cedo, e mesmo sem querer, se começam a destacar das outras.
Ciência Hoje - Porquê só agora um seminário ibérico sobre sobredotação?

Ana Costa
- Tem havido alguns encontros e alguns eventos, sobretudo desenvolvidos pela ANEIS. Neste momento na UFP estamos a fazer este seminário porque tivemos este ano, pela primeira vez, uma unidade curricular que se chama psicologia da sobredotação e do talento. É uma unidade curricular do 2º ciclo de Bolonha em Portugal.

CH - Esta área da sobredotação é negligenciada?


A.C.
- Eu diria que é ainda uma área recente. Não lhe quero chamar negligenciada porque parece que é maltratada, e não é o caso. É uma área pouco desenvolvida, não só em Portugal mas em quase toda a Europa. Apesar de neste momento já haver várias universidades a trabalhar nela e organizações internacionais como a ECCHA, em que já há vários investigadores portugueses a contribuir.

CH - Quais são os objectivos para este encontro?


A.C.
- Acima de tudo queremos lançar o tema e acabar com alguns mitos relacionados com sobredotação. Queremos que este tema comece a ter visibilidade, para as crianças sobredotadas possam ser avaliadas o mais precocemente possível, ser bem acompanhadas e bem estimuladas. Isto são coisas que não acontecem actualmente.

CH - Que mitos existem associados às crianças sobredotadas?


A.C
. - Há a ideia de que elas se desenvolvem sozinhas, de que não precisam de ajudas, que aprendem tudo sozinhas. Não é verdade. Estas crianças precisam de orientação, estimulação e motivação. Aprendem mais rapidamente do que a maioria das pessoas mas precisam de ajuda para o fazer.

CH - E devem ser separadas dos colegas?


A.C.
- Eu acho que não. Há algumas posições que, em algumas áreas, sugerem que elas devem ser separadas. Eu acho que não, devem continuar na escola dita normal. Poderão ter então a possibilidade de aceleramento, que é passar dois ou três anos à frente, ou, se forem talentosos terem currículos enriquecidos com actividades extra-curriculares, que os levem a aprender cada vez mais.

CH - Sabe-se quantos casos de crianças sobredotadas existem em Portugal?


A.C.
- Não. Neste momento, estou a desenvolver com uma equipa de Santiago de Compostela testes para avaliar os talentos verbais e matemáticos. Fez-se um inquérito internacional e estes são dois dos talentos mais incidentes. Estamos numa fase muito experimental mas não temos encontrado muitos casos de crianças sobredotadas. Se consideramos a realidade internacional, entre 2 e 5 por cento da população escolar tem os parâmetros para ser considerada sobredotada.

CH - Quais são os parâmetros
?

A.C.
- São imensos. Não é só o QI. Cada vez mais há uma tendência para considerar competências em diversas áreas, por exemplo, nas áreas verbais, na matemática, ao nível da liderança ou da capacidade tecnológica.

CH - Que sinais podem chamar a atenção dos pais?


A.C.
- No desenvolvimento da primeira infância, por exemplo, falamos de crianças que começam a falar muito cedo ou a colocar questões que são mais abrangentes, menos concretas do que põem as crianças destas idades. Algumas destas crianças podem aprender a ler antes da entrada na escola. Depois, já no 1º ciclo, há sinais como ter muita avidez e interesse em aprender, estar sempre a perguntar porquê, ir pesquisar voluntariamente. Obviamente que tem de haver um contexto favorável, se o contexto for limitativo estes sinais não se manifestam.

CH - E qual deve ser a atitude dos pais?


A.C.
- Tentar responder o máximo às solicitações das crianças, quando são capazes de o fazer. Quando não são devem procurar ajuda junto do educador de infância ou do professor. Nunca se deve deixar a criança sem resposta.

CH – A quem se destina este seminário?


A.C
. – Aos pais, vamos até ter a presença do psicólogo Francisco Reyes Cora que trabalha numa escola de pais de alunos sobredotados, aos estudantes, aos agentes educativos e aos futuros psicólogos. 
 
 
 

A física e matemática dos filmes de animação

Nesta época festiva, alguns dos momentos preferidos, em família, são passados em frente ao ecrã e a programação tende para apelar à magia de Natal, com princesas, dragões e outras criaturas fantásticas. As produções da Pixar e da DreamWorks são um laboratório para estudos avançados de física e matemática.

As personagens têm uma aparência realista, com a popularização das produções em três dimensões (3D) que depende de um emaranhado de funções e equações. Segundo um artigo publicado na última edição da revista «Science», a física e a matemática estão relacionadas ao salto de qualidade das animações.
Um dos exemplos mais perceptíveis são as roupas dos personagens, que, nos últimos tempos, ganharam movimentos complexos. Por exemplo, o vestuário usado pelas personagens do Shrek tem um movimento, semelhante ao dos tecidos verdadeiros. Graças ao trabalho de um grupo de físicos computacionais, a indumentária usada pelas personagens de animação ficam molhados, engelhados, desfiam e muito mais.

Para chegar a esse resultado, um dos métodos considerados mais realísticos pelos especialistas faz uma simulação completa de cada nó, de cada torção no fio de tecido, posteriormente traduzido em movimento.


Áreas complexas


A técnica, no entanto, tem um problema: ainda não consegue ser suficientemente fiel à realidade quando se trata de tecidos mais grossos e o problema é corrigido com uma equação que permite a formação de microburacos em pontos estratégicos.


Apesar dos avanços, a criação de ambientes relacionados com a água e outros líquidos ainda é um desafio. Especialmente quando elementos com características físicas e tamanhos muito diferentes estão na mesma cena: como um navio (rígido) a deslizar sobre um mar agitado.


Encontrar a solução tem movido físicos especialistas em computação gráfica e, principalmente, os próprios estúdios que fazem as animações, mas a precisão matemática não é suficiente nas animações.
 

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Educação audiovisual estimula pensamento científico


A educação audiovisual pode ser um diferencial na educação brasileira, principalmente nas periferias. De acordo com um estudo realizado na Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP, os alunos são livres para gravar e mudar parâmetros como luz, foco ou distâncias, depois analisam e comparam os resultados.

“É um estímulo ao pensamento científico. Aos poucos surge um pensamento crítico-analítico em que cada conceito na linguagem audiovisual é formado ou reformulado por meio de uma compreensão natural”, conta a cineasta Moira Toledo, autora da tese de doutorado Educação Audiovisual Popular no Brasil: Panorama, 1990-2009, defendida em 2010.


Segundo o estudo, 80% das entidades que desenvolvem projetos de Educação Audiovisual Popular (EAP) o fazem sob a ótica de uma educação democrática e libertária.


A Educação Audiovisual Popular (EAP) é a atividade educativa gratuita, promovida por uma entidade ou agremiação informal de pessoas, voltada, entre outros objetivos, ao ensino dos meios de realização audiovisual especialmente para cinema. O público-alvo destas atividades são jovens moradores de bairros urbanos localizados em bolsões de pobreza, ou grupos socialmente marginalizados, tais como comunidades indígenas e quilombolas, portadores de necessidades especiais, frequentadores de Centros Psicossociais (CAPS e CAPS/AD), dentre outros.


Neste contexto, educadores constroem o que a cineasta denomina – em consonância com Dagmar Garroux (Da Casa do Zezinho) - “pedagoDia”, que se traduz em um método “sem método”, construído cotidianamente, num processo de aperfeiçoamento das práticas pedagógicas a partir de experiências vivenciadas a cada dia.

Metodologia e pesquisa


Para realizar a pesquisa, Moira estudou entidades que tinham como foco central o audiovisual; o desenvolvimento prático e experimental de metodologia original; características artísticas, e entidades de formação de jovens autônomos e empreendedores neste campo.


As entidades foram mapeadas inicialmente durante o processo de construção do banco de dados da seção KinoOikos Formação do Olhar do Festival Internacional de Curtas-Metragens de São Paulo, organizado pela Associação Cultural Kinoforum. Na parte não presencial da pesquisa, foram realizados quatro questionários. O primeiro questionário mapeou as entidades e delimitou dados como localização, perfil, contato e público da entidade; os outros três questionários tiveram como objetivo diversificar os pontos de vista sobre as entidades e projetos levantados a partir da percepção de coordenadores, educadores, alunos e ex-alunos.Todos os questionários foram preenchidos por um profissional designado livremente por cada entidade.


A segunda parte da pesquisa, realizada presencialmente e registrada em vídeo, consta de 21 entrevistas, com 30 diferentes profissionais e alunos, escolhidos por meio de diálogos com os representantes das entidades nas cidades de Rio de Janeiro, Belo Horizonte e São Paulo, entre fevereiro e agosto de 2009. A escolha das entidades considerou o compromisso central, efetivo e contínuo com a Educação Audiovisual Popular; o desenvolvimento intuitivo ou sistematizado de uma metodologia original de ensino audiovisual popular; a qualidade artística dos vídeos, atestada pela participação em festivais e exibições públicas; a notória qualidade na formação de jovens autônomos e empreendedores.


Houve ainda, duas entrevistas coletivas com grupos de alunos (no Cinema Nosso, no Rio de Janeiro) e de educadores (na Oficina de Imagens, em Belo Horizonte).


Educação libertária e democrática


Pedagogicamente, Moira pôde perceber que em alguma medida “desaparece o professor – enquanto autoridade distanciada do aluno – para surgir um professor acessível que valoriza tanto a participação quanto o desenvolvimento de responsabilidade e autonomia do aluno”.


Não existe a padronização de educadores e coordenadores dos projetos. Segundo a pesquisa, foram detectados “cineastas, comunicadores, artistas plásticos, professores de escolas públicas, psicólogos, antropólogos, pedagogos, assistentes sociais, fotógrafos, arquitetos, publicitários, dentre outros”.


Moira ressalta que “esta diversidade e o envolvimento dos próprios alunos gera uma convivência rica em diálogos e críticas, e os alunos são impelidos a lidar com seus sentimentos, talentos e defeitos, além de serem obrigados a aprender na prática que a crítica se destina ao trabalho e não à pessoa”.


A pesquisa ainda destaca forte predominância de autores e métodos ligados à herança das educações democrática e libertária, sendo o educador Paulo Freire um dos autores mais citados. Segundo a pesquisadora, “nota-se que Freire surge com diferentes profundidades de diálogo com o cotidiano de cada projeto, estimulando a participação, a curiosidade e a pesquisa na formação de projetos pedagógicos que valorizam o papel do educador e oferecem contribuições interessantes, viáveis e alternativas aos métodos atuais empregados nas escolas formais.


Produções no Brasil


De acordo com o estudo existem 113 entidades no Brasil que desenvolvem projetos audiovisuais; 76,5% na região sudeste e 33,5% nas demais regiões . Nos últimos vinte anos, foram realizadas ao menos 3300 produções audiovisuais de curta e média-metragem a maior parte, por jovens da periferia.


Ainda segundo a cineasta, “o Brasil é uma liderança na produção de tecnologias de educação para as mídias (internacionalmente mais conhecida como Media Literacy), porém necessita do surgimento de políticas públicas de incentivo que, aliadas às iniciativas do terceiro setor, possam fomentar projetos que dêem conta dos eixos centrais dos projetos vinculados à EAP: a gestão (compartilhada por professores e alunos), o espaço (ambientes agradáveis que estimulem a convivência), a adesão (alimentação durante o período do curso, auxílio-transporte e bolsa de estudos) e a interação (liberdade de atuação e estímulo à experimentação pedagógica, exploração)”.


Sexo


A relação entre sexo, sexualidade e reprodução se mostra tanto mais estreita quanto mais se sobe na escala zoológica. No homem, no entanto, em virtude de elementos culturais que se impuseram aos comportamentos instintivos, as questões ligadas à sexualidade se libertaram em grande medida das determinações do sexo e da reprodução e se situaram principalmente na esfera da afetividade.

Sexo é o conjunto de caracteres estruturais e funcionais segundo os quais um ser vivo se classifica como macho ou fêmea e desempenha papel específico de uma dessas condições na reprodução da espécie. O sexo do indivíduo depende da combinação de vários fatores geralmente harmônicos, como a determinação cromossômica, a evolução intra-uterina das gônadas e demais órgãos sexuais, a ação dos hormônios e os efeitos do meio ambiente. O sexo não é essencial à reprodução em todos os seres vivos, pois muitos organismos primitivos, como a maioria dos protozoários, podem reproduzir-se sem relações sexuais. Na reprodução assexuada, cada novo organismo é idêntico a seu único genitor, exceto por diferenças provocadas por mutações no material genético. Na reprodução sexuada, cada organismo novo é geneticamente único e resulta da combinação de genes dos dois genitores.


Sexo cromossômico ou genético

 O mecanismo que determina a direção do desenvolvimento sexual, no homem e na maioria dos organismos bissexuais, consiste de um par especial de cromossomos sexuais, presente em todas as células do corpo. Nas mulheres, os dois cromossomos sexuais são iguais e foram designados como cromossomos X. Nos homens, o par consiste de um cromossomo X e de outro diferente, chamado Y.

As células sexuais (óvulos, nas mulheres, e espermatozóides, nos homens), formadas por um processo chamado mitose redutora, apresentam, ao invés do par, um único cromossomo sexual. Nos óvulos, estes são sempre X, enquanto nos espermatozóides podem ser X ou Y. O ovo -- célula inicial de um novo ser, resultado da combinação entre um óvulo e um espermatozóide -- será XX ou XY, de acordo com o cromossomo sexual do espermatozóide que penetrou no óvulo. O indivíduo que se desenvolve a partir de um ovo XX é do sexo feminino e o que provém de um ovo XY é do sexo masculino. Caso ocorra anomalia na diferenciação, pode resultar, de uma determinação XX, a formação de indivíduos com alguns aspectos masculinos, da mesma forma que um ovo XY pode diferenciar-se com vários aspectos femininos.


Sexo gonádico e genitália

No início de sua existência, o embrião não tem testículos nem ovários, mas gônadas indiferenciadas que podem evoluir num ou outro sentido. Em circunstâncias anormais, podem se diferenciar nos dois sentidos, ou mesmo permanecerem em estado rudimentar, formadas apenas por tecido conjuntivo. A direção do desenvolvimento da gônada primitiva é determinada pelos cromossomos.

Da mesma forma, o embrião é indiferenciado e bipolar no que concerne à genitália interna. Todo embrião possui, ao mesmo tempo,  estruturas de Wolff, que originam o canal deferente e as vesículas seminais masculinos; e estruturas de Müller, que originam as trompas e o útero femininos. A presença de testículos, mediante substância organizadora de natureza desconhecida, determina a evolução no sentido wolffiano; sua ausência leva ao desenvolvimento mülleriano, independentemente da presença ou ausência de ovário. Assim, no que se refere à genitália interna, a natureza tende à formação de fêmeas, pois para a diferenciação masculina exige-se um fator de diferenciação específico, ou seja, a substância organizadora presente nos testículos.
Em certa fase da evolução do embrião, a genitália externa tem forma comum aos dois sexos: três orifícios em seqüência, que correspondem, de frente para trás, aos sistemas urinário, genital e digestivo. Em torno dos dois primeiros orifícios há duas pregas, as eminências lábio-escrotais e, na frente dos mesmos, uma pequena saliência, o tubérculo genital. A diferenciação da genitália externa depende da ação de hormônios androgênicos. Mais uma vez, basta a ausência dos fatores de masculinização para que ocorra a diferenciação feminina.


Caracteres sexuais secundários

 Na puberdade surge, pela primeira vez na seqüência de transformação do corpo humano, a necessidade de um fator feminino específico: os estrogênios. Os caracteres sexuais secundários masculinos dependem de androgênios. Na menina, pela entrada em função de seus ovários, desenvolvem-se os seios, crescem os pêlos púbicos e axilares, e ocorre a menarca, ou primeira menstruação. No menino, por ação testicular, a voz se torna grave, surgem pêlos no rosto, no púbis e em outras partes do corpo, e os órgãos genitais aumentam de tamanho.


Aspectos psicossociais da sexualidade

Desde os primeiros meses, os pais orientam o comportamento da criança para torná-lo condizente com seu respectivo sexo. O menino e a menina acabarão por considerar-se como tais e assim serão considerados pelos outros. O surgimento posterior dos caracteres sexuais secundários só faz acentuar um sexo psicossocial já nitidamente estabelecido, elaborado pela educação e pelos valores da família, da escola e da sociedade em geral, e que resulta da interação de fatores genéticos, fisiológicos, psicológicos e socioculturais.

É importante lembrar que o embrião é inicialmente bissexuado e, assim, possui potencial evolutivo para ambos os sentidos. Pode ocorrer, por isso, uma não-correspondência entre os diversos aspectos do sexo no indivíduo adulto. Há inúmeros quadros ambisséxuos, que apresentam alterações cromossômicas, gonádicas, genitais, psicológicas ou sociais. Entre essas alterações destaca-se o hermafroditismo verdadeiro (presença simultânea de ovário e testículos num mesmo indivíduo), de raríssima ocorrência.


Desejo e orientação sexual

 O ser humano é inicialmente pansexual. É a ação do meio que estimulará certos contatos e os tornará no mínimo aceitáveis, enquanto outros serão violentamente condenados. Fatores como os cromossomos e hormônios sexuais, as gônadas e os órgãos genitais, contrariamente ao que se costuma divulgar, não determinam a intensidade do desejo nem a orientação sexual. A influência dos hormônios, inegável nos animais, é sobrepujada no homem pelos fatores culturais, e as numerosas manifestações sexuais infantis, sobretudo a masturbação, provam o despertar do desejo muito antes de se elevarem os teores dos hormônios sexuais. Inversamente, têm considerável importância os determinantes culturais, que ditam também as diferenças entre homem e mulher, jovens e adultos, adultos e velhos. Nesses últimos, a redução da sexualidade ocorre também por motivos biológicos, mas sob considerável influência cultural.

Das respostas aos estímulos sexuais, a mais típica, no homem, é a ereção; na mulher, o surgimento de secreção nos genitais externos. A resposta sexual global é comum a ambos os sexos e dela participa todo o organismo: intensa contração muscular generalizada, regular ou espasmódica; dilatação dos vasos superficiais, de que resulta rubor e transpiração ativa; considerável aumento da ventilação pulmonar; aumento da freqüência cardíaca (taquicardia) e da pressão arterial.

Problemas sexuais

As origens fisiológicas, psicológicas ou sociais das dificuldades sexuais habitualmente se associam: um distúrbio de natureza fisiológica produzirá efeitos psicológicos que podem resultar em comportamentos socialmente inadequados. São raros os distúrbios fisiológicos de natureza especificamente sexual. No entanto, muitas pessoas experimentam, em algum momento de suas vidas, problemas sexuais em conseqüência de doenças, como infecções vaginais e afecções cardíacas, ou de acidentes de diversos tipos. A grande maioria dos problemas sexuais dessa origem é temporária e reversível.

As dificuldades de origem psicológica são sem dúvida as de maior ocorrência. Podem ser produto de inibições, atitudes inadequadas e ignorância, mas também de mitos sociais muito difundidos e aceitos como verdades, como a idéia de que a relação sexual boa e madura deve envolver rápida ereção, penetração prolongada e orgasmo simultâneo. Revistas, livros e a tradição oral acerca das práticas sexuais reforçam esses ideais, que nem sempre são atingidos e passam a gerar ansiedade, culpa e sentimentos de inadequação. A ejaculação precoce, comum sobretudo em homens jovens, pode ser também conseqüência natural de uma abstinência prolongada e recente, caso em que o aumento na freqüência de relações modifica o quadro.
A impotência masculina em homens de até quarenta anos tem quase sempre origem emocional. Acima dessa idade, há maior ocorrência de causas físicas. O simples medo de ser impotente pode levar à impotência e, em muitos casos, o homem angustiado se vê preso num círculo vicioso que só pode ser rompido com um ato sexual bem-sucedido. A impotência pode ser também fruto de desinteresse pelo parceiro, cansaço, dispersão originada por preocupações não-sexuais, indisposição física ou outras causas circunstanciais. Essa impotência ocasional é comum e não requer terapia específica.
Entre os problemas sexuais da mulher destaca-se o vaginismo, poderoso espasmo da musculatura pélvica que contrai a vagina a ponto de tornar a penetração dolorosa ou impossível. Parece ser causado por condicionamento contra o sexo ou por trauma psicológico, e serve como defesa inconsciente contra o coito. A anorgasmia, ou ausência de orgasmo, é também muito freqüente. O termo se aplica a mulheres que se excitam sexualmente mas não têm orgasmo.
A disparidade de desejo sexual entre os parceiros ocorre com muita freqüência. Em alguma medida, é inevitável, já que as diferenças de impulso e resposta sexuais baseiam-se em determinantes neurofisiológicos. Entre os motivos psicológicos para a disparidade de desejo em um casal, são comuns a inibição e as diferentes reações aos estímulos quotidianos. Enquanto o homem pode ver na relação sexual um paliativo contra os aborrecimentos do dia, as mulheres parecem se interessar mais por sexo quando as horas que o precedem são livres de preocupações.
Os seres humanos são sensíveis à monotonia e o relacionamento sexual pode se tornar rotineiro, o que gera fadiga psicológica e desinteresse crescente por um determinado parceiro. A diminuição do sexo conjugal se deve muito mais a esse fator do que à idade dos cônjuges. Os problemas sexuais costumam ser perpetuados pela inabilidade dos parceiros em comunicar livremente seus sentimentos e preferências um ao outro. A melhor maneira de agir nesses casos é por tentativa e erro, sempre alerta a sinais que indiquem o caminho a seguir. Como todas as dificuldades de relacionamento, os problemas sexuais podem ser superados ou amenizados por meio de uma comunicação efetiva.


N e NE concentram estados com risco 'muito alto' de epidemia de dengue


Levantamento do Ministério da Saúde mostra que, dentre os 16 estados com risco "muito alto" de sofrer uma epidemia de dengue no verão deste ano, 12 estão nas regiões Norte e Nordeste.
O novo mapa de risco da dengue foi divulgado nesta terça-feira (11) pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha. O objetivo do mapa de risco é orientar as ações de prevenção e atenção à saúde para a estação das chuvas neste ano.
Em setembro do ano passado, quando o mapa foi lançado, eram dez os estados classificados entre os de risco "muito alto".
Os 16 estados considerados com risco "muito alto" de epidemia são Acre, Amazonas, Pará, Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia, Tocantins, Mato Grosso, Espírito Santo e Rio de Janeiro.
Outros cinco estados foram classificados como de risco "alto" de epidemia (Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Goiás, Amapá e Roraima). Entre os de risco "moderado", além do Distrito Federal, estão Rondônia, São Paulo, Paraná. Os de "baixo" risco, segundo o ministério, são Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha (centro), durante o anúncio do mapa de risco da dengueO ministro da Saúde, Alexandre Padilha (centro), durante o anúncio do mapa de risco da dengue (Foto: Valter Campanato / Agência Brasil)
Segundo o ministro, o aumento nos estados com risco mais elevado se deve a critérios de classificação mais “conservadores”.
Ele informou que quatro estados poderiam ter o risco de epidemia revisto, mas foram mantidos no nível de maior atenção.
“Mesmo em relação a estados que poderiam estar saindo da situação de alto risco optamos por manter. Porque neste ano estamos nos antecipando não só em alertar a sociedade, mas na mobilização dos secretários estaduais e parceiros”, afirmou Padilha.
Na próxima semana, o ministro se reunirá com secretários de Saúde dos 16 estados com risco muito alto de epidemia da doença. “A cobrança e a parceria do Ministério da Saúde com esses secretários é a implantação das diretrizes de combate à dengue e a rede de atenção. Os estados têm papel fundamental de apoiar municípios”, disse o ministro.
O Ministério da Saúde também identificou 70 municípios com risco alto de surto da doença. Entre esses municípios, estão todas as capitais de estados, exceto Porto Alegre (RS), São Paulo (SP) e Florianópolis (SC). Esses locais terão a vigilância reforçada, e o Ministério da Saúde fará monitoramento semanal da situação.
As cidades consideradas pelo governo em estado de maior atenção são Rio Branco, Porto Velho e Manaus. Nesta terça-feira, depois de reunião com a presidente Dilma Rousseff, o ministro da Saúde anunciou um plano de combate que reúne 12 órgãos do governo federal.
Outros 154 municípios estão em situação de alerta e, em 192 cidades, o controle da doença foi considerado satisfatório.
“O mosquito [Aedes aegypti] está presente em mais de 4 mil municípios. Vários deles têm índice de infestação compatível com ocorrência de surto”, disse o secretário de Vigilância em Saúde, Jarbas Vasconcelos.
Dados do Ministério da Saúde mostram que, no ano passado, o Brasil teve 1 milhão de casos de dengue, a maioria nos estados de São Paulo e Minas Gerais. Desse total, 15,5 mil foram graves e 550 pessoas morreram por causa da doença.
O novo mapa do risco da dengue no Brasil mostra também as características dos principais criadouros do mosquito da dengue. Nas regiões Norte e Nordeste, o mosquito se reproduz principalmente em caixas d’água, tonéis e poços. Nos estados do Sul e do Sudeste, a maioria dos focos é encontrada em depósitos domiciliares, como vasos de plantas, lajes e piscinas.
O combate à dengue neste verão também ganhou reforço no orçamento. O governo vai aplicar R$ 1,08 bilhão na compra de equipamentos, medicamentos, kits de diagnóstico e em campanhas para informar a sociedade.
Padilha afirmou que a reunião desta terça, com a presidente Dilma e ministros de outras áreas, demonstra o foco do governo no combate à dengue. Segundo ele, o plano de combate não ficará restrito à temporada de verão. Estão previstas ações de longo prazo para o controle da epidemia.
“Queremos nos antecipar à situação que aconteceu no último ano, reforçar as ações multissetoriais e reforçar a integração entre vigilância a atenção. O fato de a presidenta concordar em convocar essa reunião no comecinho da segunda semana de trabalho demonstra a prioridade que ela vai dar para este tema”, disse o ministro.

Genoma Humano



O genoma humano, na sua forma diplóide, consiste em aproximadamente 6 a 7 milhões de pares de bases de DNA organizados linearmente em 23 pares de cromossomos. Pelas estimativas atuais, o genoma contém 50.000 a 10.000 genes (os quais codificam um número igual de proteínas) que controlam todos os aspectos da embriogênese, desenvolovimento, crescimento, reprodução e metabolismo-essencialmente todos os aspectos do que faz o ser humano um organismo funcionante.
A caracterização e conhecimento dos genes e sua organização no genoma têm um impacto enorme na compreensão dos processos fisiológicos do organismo humano na saúde e na doença e, por conseguinte, na prática da medicina em geral.

ESTRUTURA DOS CROMOSSOMOS

A molécula de DNA do cromossomo existe como um complexo com uma família de proteínas básicas denominadas histonas e com um grupo heterogêneo de proteínas ácidas não-histonas que estão bem menos caracterizadas.

Existem cinco tipos principais de histonas (H1, H2A, H2B, H3, H4) que desempenham um papel crucial no acondicionamento apropriado da fibra de cromatina.
Durante o ciclo celular, os cromossomos passam por estágios ordenados de condensação e descondensação. Quando condensado ao máximo, o DNA dos cromossomos mede cerca de 1/10.000 do seu comprimento natural.
Quando as células completam a mitose ou meiose, os cromossomos se descondensam e retornam ao seu estado relaxado como cromatina no núcleo em interfase, prontos para recomeçar o ciclo.


CLASSES DE DNA

O DNA das células eucariontes apresenta três frações caracterizadas pelo grau de repetição:

DNA Singular ou de Cópia Única

Constitui a maior parte do DNA no genoma. As sequências que codificam proteínas (isto é, a porção codificadora dos genes) compreendem apenas uma pequena proporção do DNA de cópia única. A maior parte do DNA de cópia única encontra-se em extensões curtas, entremeadas com diversas famílias de DNA repetitivo . Proporção do genoma: 75% .

DNA Repetitivo Disperso

Consiste em sequências relacionadas que se espalham por todo o genoma, em vez de ficarem localizadas.
Os elementos repetidos dispersos mais exatamente estudados pertencem à família Alu e à família L1.

Família Alu

Tem essa denominação porque a maioria dos seus membros é clivada por uma endonuclease de restrição bacteriana denominada Alu I, instrumento importante da tecnologia do DNA recombinante.
Os membros dessa família têm um comprimrnto de cerca de 300 pares de bases e são relacionados uns aos outros, mas não exibem uma sequência idêntica. No total existem cerca de 500.000 membros da família Alu no genoma, estimando-se que constituam 3% do DNA humano.

Família L1

Constituem sequências repetidas longas encontradas em cerca de 10.000 cópias por genoma. Assim, embora haja muito menos cópias nessa família do que na Alu, seus membros são bem mais longos e a contribuição para a constituição do genoma é cerca de 3% também.

DNA Satélite

Envolve sequências repetidas (em tandem) agrupadas em um ou em alguns locais, intercaladas com sequências de cópia única ao longo do cromossomo.
As famílias de DNA satélite variam quanto à localização no genoma, comprimento total da série em tandem, comprimrnto das unidades repetidas que constituem a série.

TÉCNICAS DE ANÁLISE DOS CROMOSSOMOS

O estudo dos cromossomos, sua estrutura e sua herança denomina-se citogenética. A ciência da citogenética humana moderna data de 1956, quando Tjio e Levan criaram técnicas eficazes para análise dos cromossomos e estabeleceram que o número normal de cromossomos é de 46.
Os cromossomos de uma célula humana em divisão são mais facilmente analisados no estágio de metáfase. Nestes estágios, os cromossomos aparecem ao microscópio como uma dispersão cromossômica e cada cromossomo apresenta duas cromátides, unidas pelo centrômero.

Cultura Celular

As células para análise cromossômica devem ser capazes de crescimento e divisão rápida em cultura. As células mais acessíveis são os leucócitos, especificamamente linfócitos T.
O procedimento abaixo, mostra como preparar, a curto prazo, uma cultura destas células adequadas para análise:
Obtém-se uma amostra de sangue periférico e acrescenta-se heparina para evitar coagulação;
A amostra é em seguida centrifugada a uma velocidade que permita aos leucócitos se sedimentarem como uma camada distinta;
Os leucócitos são colhidos, colocados em meio de cultura tecidual e estimulados a dividir-se pelo acréscimo de um agente mitogênico (estimulante da mitose), a fito-hemaglutinina.
A cultura é incubada por cerca de 72 horas, até que as células estejam se multiplicando rapidamente;
Acrescenta-se, então, uma solução diluída de colchicina, para impedir a conclusão da divisão celular inibindo a formação de fusos e retardando a separação dos centrômeros. Em consequência, células paradas na metáfase acumulam-se na cultura;
Em seguida, adiciona-se uma solução hipotônica para causar tumefação nas células, lisando-as e liberando os cromossomos, mas mantendo os centrômeros intactos;
Os cromossomos são fixados, espalhados em lâminas e corados por uma de várias técnicas e prontos para análises.
Identificação dos Cromossomos
Os métodos de coloração originalmente disponíveis não permitiam a identificação dos 24 tipos de cromossomo. Contudo com as técnicas atualmente empregadas, identificam-se todos os cromossomos.
Vários métodos de bandeamento são empregados rotineiramente nos laboratórios de citogenética para identificação dos cromossomos e análise da estrutura cromossômica.

Bandeamento G

Os cromossomos são inicialmente tratados com tripsina, para a desnaturação das proteínas cromossômicas e em seguida são corados com o corante Giemsa. Cada par de cromossomos cora-se num padrão típico de bandas claras e escuras.

Bandeamento Q

Os cromossomos são tratados com quinacrina-mostarda ou compostos semelhantes e em seguida examinados por microscopia de fluorescência. Os cromossomos coram-se num padrão específico de bandas brilhantes e opacas (bandas Q); as bandas brilhantes correspondem quase exatamente às bandas G escuras.

Bandeamento R

Os cromossomos recebem pré-tratamento com calor antes da coloração Giemsa . Nesse caso, as bandas claras e escuras resultantes (bandas R) são o inverso das produzidas por bandeamento G ou Q.

Bandeamento C

Envolve a coloração da região centrômérica de cada cromossomo e outras regiões que contenham heterocromatina.

Bandeamento de alta resolução

Esse tipo de bandeamento cora cromossomos preparados num estágio inicial da mitose (prófase ou prometáfase) que estão ainda em uma condicão relativamente não-condensada.

Citogenética molecular

Podem-se usar sondas de DNA específicas para cromossomos ou regiões cromossômicas particulares ou diagnosticar rapidamente a existência de um número anormal de cromossomos no material clínico.


Jovem sente mais necessidade de autoestima que de sexo, diz estudo






Os jovens anseiam mais por incentivos à sua autoestima que por sexo ou dinheiro, revelou um estudo.
Pesquisadores da Universidade Estadual do Ohio e do Laboratório Nacional Brookhaven, de Upton, Nova York, descobriram que estudantes universitários valorizam coisas como receber elogios ou sair-se bem em uma prova mais que atividades prazerosas como sexo, receber um salário, encontrar-se com um amigo ou comer sua comida favorita.
Brad Bushman, professor de comunicações e psicologia na Universidade Estadual do Ohio, disse que a descoberta deve lançar um alerta sobre o papel da autoestima na sociedade.
"Não seria correto dizer que os participantes do estudo são dependentes da autoestima", disse Bushman, que comandou a equipe responsável pela pesquisa. "Mas estavam mais perto de serem dependentes de autoestima do que de qualquer outra atividade que estudamos."
Bushman disse que os resultados deixaram ele e sua equipe chocados.
"Escolhemos propositalmente coisas que pensamos que os universitários adoram. A maioria dos participantes tinha por volta de 19 anos. Os universitários adoram beber e adoram sexo. Eles são pobres; gostam muito de dinheiro e de receber um salário."
Mas, de acordo com o estudo, as experiências que reforçaram a autoestima dos estudantes foram consideradas melhores que todas as outras recompensas.
Bushman disse que os resultados do estudo, publicados online pelo Journal of Personality, sugerem que muitos jovens talvez sejam demasiado focados em reforçar sua autoestima.
"Acho que as pessoas estão procurando uma solução fácil para problemas complexos", explicou. "Enxergamos a autoestima como algo que pode curar todos os males sociais, desde a gravidez na adolescência até a violência. As pessoas acham que, se as pessoas se sentirem bem em relação a elas mesmas, essas coisas não acontecerão."
Os estudantes atribuíram escores às atividades com base em quanto gostam delas e quanto as desejavam. Os resultados mostraram que eles gostam de atividades prazerosas mais do que as desejam, o que é saudável, segundo Bushman. Mas a diferença entre gostar de autoestima e desejá-la foi a menor.
"A distinção entre gostar e desejar ocupa um lugar importante em pesquisas sobre dependência", disse Scott Moeller, do Laboratório Nacional Brookhaven e coautor do estudo. "Mas pensamos que ela também tem grande potencial para ser útil para outras áreas da psicologia."
Bushman acrescentou que a linha que separa autoestima de narcisismo é tênue. Autoestima exagerada se converte em narcisismo.


A avaliação entendida como um processo contínuo




O resultado positivo mediante os objetivos propostos norteia o perfil profissional de todo educador. Ele se propõe a estabelecer uma estreita ligação entre os educandos de modo que esses apreendam os conteúdos de forma satisfatória. 

Todavia, como nem tudo é realizado de forma homogênea, existe este ou aquele aluno que não consegue superar as expectativas apresentadas. É chegado, portanto, o momento de o educador rever suas técnicas de aplicação no que se refere à didática aplicada, avaliar a relação dentro do contexto de sala de aula, entre outras medidas. 

Um fator recorrente de extrema relevância nesta tarefa é partir do princípio de que o aluno sempre deve ser visto como um “todo”, ou seja, ele é fruto, antes de tudo, de um convívio familiar, de um círculo de amizades, para depois tornar-se alguém que se propõe a receber a educação formal. 

Em virtude disso, o ato de avaliar torna-se muito mais complexo do que realmente parece, pois é por meio desse que o educador se norteará no propósito de traçar suas metas rumo ao sucesso almejado. 

Para isto, torna-se imprescindível que o educador faça o uso correto desta ferramenta, afim de que a mesma não se torne instrumento de punição e nem seja algo de caráter desclassificatório, mas sim como uma análise do desempenho em relação ao ensino X aprendizagem. 

De posse de todo esse procedimento em relação ao conceito sobre a avaliação, uma vez que esta representa um processo contínuo e sistemático, resta-nos entender um pouco mais sobre as modalidades em que os objetivos deverão ser aplicados. 

Para tal, discutiremos sobre a avaliação Diagnóstica, Formativa e Somativa, respectivamente: 

A avaliação Diagnóstica se dá num primeiro estágio mediante o contato estabelecido entre Educador X Educando, ou seja, ele avaliará o nível de conhecimento da turma em relação a conteúdos já ministrados, isto é, se possuem os pré-requisitos para a aquisição de novos conhecimentos, e o que é mais importante, se possuem aptidão para dominá-los posteriormente. Esse procedimento facilitará os caminhos a serem traçados pelo educador no objetivo de atingir os objetivos propostos. 

A Formativa é aquela que, como o próprio nome já diz, faz parte da proposta pedagógica de toda instituição de ensino, a qual pauta-se por avaliar o nível de rendimento dos alunos frente aos conteúdos ministrados. 

Desta feita, é de extrema importância que o educador não procure estigmatizar aqueles que não alcançaram a meta desejada, e sim procure detectar as possíveis “falhas”, oferecendo-lhes oportunidades de crescimento. 

A outra é a chamada Somativa, de caráter classificatório, onde serão computados todos os resultados referentes ao ano letivo em relação ao nível de aprendizagem, consistindo, portanto, na promoção ou não, para as séries vindouras.



Mais de 39% dos brasileiros estão fora do sistema bancário, diz Ipea


Mais de 39% da população brasileira está excluída do sistema bancário, sendo que as mulheres constituem a maior parte deste contingente, segundo dados do estudo Sistema de Indicadores de Percepção Social (SIPS) sobre Bancos: exclusão e serviços, divulgado nesta terça-feira (11) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
Dentro desta parcela da população que não está bancarizada, 40,6% deseja ter uma conta bancária e 26,6% acredita ter o perfil definido pelos bancos como público-alvo. “É um estrato da população de baixa renda e de pouca escolaridade, mas que representa uma importante parcela e que vem sendo absorvida pelo mercado de trabalho, estimulada pelo crescimento econômico. Há, todavia, que se criar produtos e serviços específicos para esta população de modo a incorporá-la ao sistema bancário e socializar o acesso a esse serviço público operado por concessão”, destaca o estudo.
Outro ponto de destaque da pesquisa diz respeito ao baixo percentual da população que
percebe a função de concessão de crédito como intrinsecamente bancária. Para 62,1% dos entrevistados, a principal função de um banco é a de movimentar/guardar dinheiro; para 29,5% das pessoas, o tarefa da instituição é oferecer produtos e serviços/pagar contas; e somente 4,5% dos brasileiros entendem que emprestar dinheiro seja a principal função de um banco.

"Há de se investigar mais detalhadamente as causas dessa percepção: lembranças inflacionárias; altas taxas de juros; conservadorismo das instituições bancárias; modelos de negócios inadequados, burocracia processual. Essas possibilidades (...) podem estar obrigando a população, ou pelo menos parcela dela, a recorrer a outros meios de obtenção de crédito, nem sempre lícitos ou bem regulados, mas que com certeza a oneram de forma mais abusiva”, diz o texto do Ipea.
Outras conclusões
Os resultados apurados diferem de acordo com a região do país analisada, sexo do entrevistado, nível de escolaridade e faixa de renda.

Entre os 60,5% dos brasileiros que têm conta em banco, 78,2% estão muito satisfeitos ou satisfeitos com a segurança oferecida pelos bancos em suas agências e 13,7%, muito insatisfeitos ou insatisfeitos com ela.
Considerada pelos entrevistados como a principal função de um banco, a movimentação (todos os tipos, inclusive a guarda do dinheiro) da conta bancária é a operação realizada com maior freqüência, sendo apontada por 93,8% dos entrevistados.
O que leva uma pessoa a escolher uma determinada instituição bancária, em geral, é a determinação da empresa em que trabalha, mais do que itens como confiança ou proximidade da agência de sua casa ou trabalho.
O questionário aplicado contou com 36 perguntas objetivas que abordaram a inclusão bancária, a qualidade dos serviços e do atendimento prestado, o horário de funcionamento das agências bancárias, a segurança para a realização das operações e os
produtos e serviços oferecidos.