terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Condições precárias levam MEC a descredenciar faculdade no DF



O Ministério da Educação descredenciou a Faculdades Integradas da Terra de Brasília (FTB), segundo despacho publicado nesta segunda-feira (31) no “Diário Oficial da União”. Segundo o texto, o motivo da decisão foi a “precariedade” e a falta de condições “globais” de funcionamento da instituição de ensino superior.
As deficiências citadas são ação judicial de despejo do imóvel ocupado pelo campus I da faculdade, ação judicial de arrolamento de bens do campus II, deficiências na composição do corpo docente e na infra-estrutura, além de falta de capacidade e sustentabilidade financeira.
Apesar disso, o site da instituição confirma início do ano letivo para 7 de fevereiro e colação de grau para 11 de fevereiro. O site convoca ainda os estudantes a comparecer ao campus II da instituição em Samambaia, cidade próxima a Brasília. A página tem disponível um edital de contratação de professores para 2011, cujo processo seletivo foi até 20 de janeiro.
Segundo o MEC, uma medida cautelar de julho do ano passado já proibia a seleção de novos alunos para ingresso em 2011.
Com o descredenciamento, serão desativados todos os cursos da faculdade, que são administração, agronomia, ciências biológicas, engenharia, engenharia de alimentos, história, letras, matemática, medicina veterinária, pedagogia, e zootecnia.
Uma equipe técnica do MEC fará a organização do acervo acadêmico, com a documentação dos alunos da faculdade. A atividade deverá ser acompanhada por representantes da instituição, segundo o despacho.
A faculdade tem dez dias para apresentar relatório sobre a situação dos alunos, com encaminhamentos de transferência de todos eles.

DUAS FACULDADES NO DISTRITO FEDERAL ESTÃO SOB INVESTIGAÇÃO DO MEC

A qualidade de 30 cursos de duas instituições de ensino superior do Distrito Federal está sendo avaliada pelo Ministério da Educação. Em todo país, 600 cursos estão em análise e dependendo do resultado, eles podem ser até extintos.
Dos processos instaurados de 2008 até hoje, 17 cursos de medicina tiveram que se readequar e 532 vagas foram extintas; em pedagogia, 47 cursos fizeram as mudanças sugeridas, dois estão em processo de fechamento e houve uma redução de 280 vagas. Entre os cursos de direito, 79 estão se adequando e um foi encerrado.
“O MEC sempre se preocupa com o direito dos alunos", explica o superintendente de ensino superior Paulo Wollinger. "Se for o caso de fechamento,  eles possam ser trasferidos a outros cursos em outras faculdades na cidade. O Ministério da Educação tem acompanhado todo esse processo, mas em princípio os alunos devem procurar a direção da faculdade para receber todas as informações necessárias”

Professores sumiram

A fachada da Faculdade da Terra, no Recanto das Emas, foi coberta com uma lona preta assim que chegou a ordem de despejo. A direção desapareceu e os professores também. “Iriam demitir os professores e iam tentar declarar a falência da faculdade para abrir com outro CNPJ. Foi essa a desculpa que eles deram para demitir todos eles”, conta a estudante de veterinária Érika Abrantes de Almeida.
Os que estão a um semestre da formatura ficaram desorientados. “Nada de orientador para monografia, não têm documentação para fazer estágio supervisionado e não tem nem livros para fazer a monografia”, fala o aluno de veterinária Marcus Vinícius da Silva.
E quem já se formou, tem que enfrentar outros problemas como a falta do diploma. É o caso da pedagoga Sheila dos Santos Godinho que se formou em 2009, mas não tem como provar. “Eu estou de mãos atadas, porque eu passei em concurso público e não tenho a documentação para apresentar”, diz.
Na Unisaber de Ceilândia, os alunos foram surpreendidos com um e-mail e uma faixa avisando que seriam compulsoriamente transferidos para outra instituição. “Ouvi boatos de que a faculdade que eles estão enviando a gente também está com o mesmo problema, Por isso eu estou procurando outra instituição que não tenha nenhuma dificuldade”, afirma a estudante de administração Luana Braga.
Muitos já pagaram o semestre antecipado para ter desconto e agora veio a notícia do fechamento. “Eu acredito que os cheques foram trocados na factoring. Mas a moça que trabalha no financeiro disse que está com o dono da faculdade, mas não tenho certeza disso. Nós não temos informações concretas”, conta a aluna em administração Missiara Souza Labres.
A Secretaria de Educação Superior do MEC deve encerrar os processos sobre essas duas faculdades do Distrito Federal na primeira quinzena de fevereiro.

*Índias de Mato Grosso do Sul convivem com drogas e violência*


“Meu pai me vendeu para o cara por R$ 2 mil”, conta uma índia guarani. Ela tinha apenas 11 anos quando foi vendida pelo próprio pai. Além dos R$ 2 mil, o comprador pagou ainda uma antena parabólica.
Na região de Dourados, em Mato Grosso do Sul, na fronteira com o Paraguai, vivem índios guaranis, kaiowás e terenas, que estão entre os povos mais ameaçados do Brasil. Por volta de 1920 com o discurso de integrar a população indígena à sociedade. Famílias inteiras foram retiradas das áreas de origem e levadas para lá. Acostumados com muito espaço, os índios tiveram que se adaptar a uma nova realidade.
Só nas aldeias Jaguapirú e Bororó são cerca de 12 mil índios guaranis em uma área que fica praticamente dentro da cidade de Dourados. Falta espaço para plantar.
“Nossa dificuldade é para plantar. Tem pouco. Não tem casa boa. Não tem luz. Tem dificuldade até para comida”, lamenta a índia Élvia Araújo.
Mas o principal problema é a violência.
Mato Grosso do Sul tem a segunda maior população indígena do Brasil. De acordo com o Ministério Público Federal, a taxa de homicídio entre os guarani-kaiowá do estado é de cem para cada 100 mil habitantes, quatro vezes a média nacional.
“Um índice superior ao do próprio Iraque. Você tem uma população submetida a um índice de violência extremo”, aponta o procurador da República Marco Antônio Delfino.
A proximidade com os brancos trouxe para as aldeias muito mais do que um novo idioma. De carona vieram o álcool, a maconha e a cocaína. Até a droga mais devastadora do momento, o crack,  já chegou por aqui.
Uma índia de apenas 14 anos diz que está acostumada a fumar maconha com os amigos: “Quando nós fumamos cinco, bomba aqui. Gostei da maconha até a primeira vez. Quando chego alguém com maconha, eu fumo”.
O consumo de álcool e drogas potencializa a violência. Quando a equipe do Fantástico estava na aldeia Bororó, a índia Márcia Soares Isnardi, de 21 anos, morreu apedrejada. O corpo foi encontrado no dia seguinte na beira da estrada.
“Ela estava tomando bebida alcoólica na casa da mãe dela. E de lá ela subiu para cá. E acabou morrendo no meio da estrada”, lembra o cacique e tio da índia morta, César Isnardi.
Quem sobrevive aos ataques violentos não esconde a tristeza. Uma índia levou uma facada no rosto, quando o marido chegou em casa drogado. “Meu marido me batia porque ele fumava maconha. Fumava e bebia. Fumava droga”, conta.
Nas aldeias não há nenhum tipo de policiamento preventivo. Mas as autoridades têm conhecimento do que acontece por lá.
“Esse tráfico de drogas é o carro chefe de uma série de outros delitos que são consequência: violência doméstica, furtos, roubos”, comenta Antônio Carlos Sanches, delegado da Polícia Federal.
Patrulhamento
Uma vez por semana, os próprios índios se unem e vão para as ruas em um patrulhamento comunitário na aldeia.
“Eu peguei um menininho com 14 anos, drogado, louco. O que vai fazer com esses menores?”, questiona diz uma mulher.
Não muito longe dali, no município de Ponta Porã, as adolescentes indígenas são as principais vítimas da desestruturação familiar das aldeias. Na fronteira entre Brasil e Paraguai, do lado brasileiro há vários pontos de prostituição de adolescentes, inclusive indígenas.
“A nossa divisa é só uma rua. E os adolescentes das aldeias que vêm se prostituir sabem desse limite nosso de autoridade aqui. Atravessou para lá, o conselho não pode fazer mais nada”, diz Iraci de Oliveira, do Conselho Tutelar de Ponta Porã.
Uma índia de 17 anos conta que se prostitui para comprar comida, cobrando entre R$ 30 e R$ 40 por um programa.
A menor guarani que tenta se recuperar do trauma de ter sido vendida pelo pai ao dono de uma olaria por R$ 2 mil e mais uma antena parabólica, hoje com 15 anos, vive em uma casa de proteção ao adolescente. Ela diz que não quer voltar a viver na aldeia. Vai se dedicar aos estudos e quer ser professora. “Eu quero ser alguém na vida, ter uma profissão”, diz.
“Solucionando a questão das terras, a gente cria um ambiente favorável a diminuir essa situação de violência que acontece tanto dentro das comunidades como também contra os próprios indígenas”, aponta Marcio Meira, presidente da Funai.

Floresce em Brasília a 'maior orquídea do mundo', diz Ibama


Após 5 anos de crescimento, floresceu nesta terça-feira (1º) em Brasília (DF) a "maior orquídea do mundo", alcunha dada à espécie Grammatophyllum speciosum, nativa da Malásia. A planta tem 2,5 metros de altura e 19 hastes florais que atingem até 3 metros, segundo o Ibama.

A planta gigante floresceu no Orquidário Nacional do Ibama e foi gerida por meio do projeto Orquídeas do Brasil, de acordo com o órgão ambiental. A orquídea tem mais de 400 flores.
Segundo a bióloga Lou Menezes, chefe do Orquidário, a planta adaptou-se bem ao clima do Planalto Central. Ela recebeu a planta ainda pequena de Odilon Cunha, um colecionador pernambucano e colaborador do projeto Orquídeas do Brasil.
Após o florescimento da orquídea, Lou Menezes realizou o cruzamento da espécie originária da Malásia com outra, típica do cerrado brasileiro, a Cyrtopodium brandonianum. A iniciativa representa o primeiro passo para o crescimento de uma nova espécie híbrida.

Boas-vindas bem planejadas



Depois de planejar com a equipe gestora, os docentes e os funcionários como será o ano na sua escola, reserve um período da semana pedagógica para organizar a recepção dos alunos na primeira semana de aula. Os professores já terão informações sobre as turmas para as quais darão aulas e isso certamente ajudará nas relações que se estabelecerão no início do ano letivo. Com todo o grupo, pense nos detalhes que farão com que os alunos se sintam acolhidos e formem (ou fortaleçam) os laços afetivos com a escola – condição importante para que a aprendizagem aconteça. A seguir, uma pauta para você discutir com a equipe: 

1. Organização das salas
Antes de os alunos chegarem, combine com professores e funcionários a maneira como a sala de aula deve estar organizada. No primeiro dia, as formações circulares facilitam a integração e por isso são mais indicadas do que fileiras (que não favorecem a socialização). Nas salas da Educação Infantil, aconselha-se a organizar cantos de brincadeiras - para ajudar a entreter as crianças antes que a turma esteja completa e também já iniciando um processo de socialização e aprendizagem. A coordenação pedagógica, junto com os professores de cada turma, poderá decidir quais cantos são mais interessantes para as diversas faixas etárias.

2. Recepção
Decidam em conjunto o local em que cada um receberá os alunos. A sugestão é que a equipe gestora fique no portão para cumprimentar não somente as crianças e os jovens mas também os pais que costumam acompanhar os filhos à escola. Os professores podem esperar pelos alunos na porta da sala de aula. Combine com os funcionários de apoio que eles se posicionem nos corredores e em locais em que possam ajudar a informar a localização de cada classe ou ainda orientar sobre o caminho para os banheiros, o bebedouro etc. e outras dúvidas que os estudantes possam ter. 

3. Apresentação em sala de aula
Reflita com os professores sobre a importância de apresentar os novos alunos aos demais antes do início dos trabalhos. Peça aos docentes que estimulem a criança a falar um pouco sobre ele mesmo, seu histórico e sua relação com os estudos. Depois, todos podem contar o que fizeram durante as férias. Os professores podem contribuir dando ideias para organizar esse momento e apresentar maneiras de fazer isso. Exemplos: cada aluno pode contar sobre algo que aprendeu nas férias, um lugar que visitou, uma história que leu ou assistiu. Entre os mais velhos, também é interessante falar dos planos que têm para o ano, o que pode incluir um curso ou uma atividade extra ou estudar para o vestibular. 

4. Tutoria dos veteranos
É comum que os alunos novos demorem um pouco para se enturmar com um grupo já formado. Para facilitar esse período, adote um sistema de tutoria em que um colega da turma que já estuda na escola há mais tempo mostre ao novato todos os departamentos, o acompanhe e oriente em relação aos procedimentos da escola e tire suas dúvidas. Esse acompanhamento pode variar de uma semana a um mês. Algumas escolas marcam o início das aulas para os novatos um ou dois dias depois do início oficial das aulas. Nesses dias, o professor dá informações sobre o novo colega que vai chegar (nome, de onde ele vem, o que fazem os pais etc.) e escolhe o aluno que fará a tutoria. Em instituições em que há grêmio estudantil, essa recepção pode ser feita por um membro da entidade.

5. Primeiro contato com cada setor
Reforce também a importância dos funcionários de apoio e administrativos serem receptivos com todos e especialmente solícitos com quem ainda não conhece as dependências e rotina da unidade. Estude a hipótese de a classe do primeiro ano - em que todos devem ser novos - fazer uma excursão pela escola com paradas em cada setor para que um responsável da área explique o funcionamento da cantina, da biblioteca, da secretaria, etc. Algumas escolas marcam o início das aulas em dias diferentes para cada três ou quatro turmas para que todos os funcionários deem atenção a chegada de todos.

6. Aulas inaugurais diferenciadas
As primeiras aulas devem apresentar os conteúdos que serão trabalhados durante um período (bimestre, trimestre ou semestre), de acordo com o que foi planejado na semana pedagógica. Uma maneira de apresentar os projetos que serão desenvolvidos é mostrar à turma os trabalhos feitos sobre o tema em anos anteriores. Ao coordenador pedagógico, cabe orientar os professores para que façam uma avaliação inicial antes de introduzir cada conteúdo. As perguntas, quando bem elaboradas, além de dar uma noção precisa do que cada aluno sabe sobre o tema e de que ponto os professores podem avançar, servem para despertar a curiosidade e dar uma prévia do que as crianças aprenderão durante o projeto. 

7. Regras bem compreendidas
Decida com a equipe, também no final da semana pedagógica, quem apresentará o estatuto da escola - e como - e em que momentos serão feitos os combinados entre professores e alunos. O próprio diretor pode ter essa função. Para isso, ele precisará ir de sala em sala, se apresentando, dando as boas vindas e explicando algumas regras de convivência já em vigor - que devem ser transmitidas de forma que os alunos entendam porque elas existem. Uma sugestão é partir dos direitos de cada um para os deveres de todos. Por exemplo: todo estudante tem direito a material didático de qualidade, para isso cada um deve cuidar bem dos livros que usará naquele ano para que eles possam ser reutilizados no próximo. É importante gastar alguns minutos com o assunto logo nos primeiros dias de aula, antes que as situações em que caberia o uso de determinadas regras ocorram. Com as regras gerais conhecidas, cada professor pode organizar com a uma turma os combinados internos. Para isso é preciso ouvir os alunos e sistematizar as discussões, chegando a normas internas para cada grupo.