terça-feira, 31 de maio de 2011

Trocas de à mesa que derrubam os triglicerídes


Não é segredo nenhum que em um delicioso muffin residem calorias capazes de fazer a barriga crescer. Também está na boca do povo que o excesso de glicose vindo desse e de outros doces consegue abalar, aos poucos, a saúde dos diabéticos. Mas por trás de comidas açucaradas ou gordurosas se escondem outros inimigos do bem-estar: os triglicérides. Justamente para ti - rá-los da sombra, Borge Nordestgaard, clínico-geral do Hospital Universitário de Copenhague, na Dinamarca, reuniu-se com outros pesquisadores de seu país e avaliou o cérebro de 13 951 pessoas. 

Surpreendentemente, os dados analisados sugerem que grandes taxas dessa gordura no organismo trazem um risco significativo de derrames isquêmicos — aqueles caracterizados pelo entupimento dos vasos sanguíneos. Para sermos exatos, uma predisposição até 3,9 vezes maior para mulheres e 2,3 maior para homens. "De acordo com nosso estudo, índices altos de triglicérides estão até mais relacionados com acidentes vasculares cerebrais do que doses elevadas de colesterol", avisa Nordestgaard a SAÚDE!. 

O motivo de essa substância afetar tanto a massa cinzenta ainda não está elucidado. Sabe-se que ela dificulta o fluxo do sangue — o que não é um grande achado. "Partículas remanescentes podem penetrar nas paredes das artérias e formar placas, um fator de risco para problemas cardiovasculares em geral", explica Ana Paula Chacra, cardiologista da Unidade Clínica de Dislipidemias do Instituto do Coração, em São Paulo. 

Se levarmos em conta que aproximadamente 80% dos triglicérides circulantes no corpo surgem por meio da alimentação, um passo essencial para se manter livre deles é ficar de olho nas refeições — e especificamente nos carboidratos simples e nas gorduras saturadas ou trans. Afinal, enquanto um generoso pedaço de bolo, representante alimentício do primeiro grupo, é convertido nessas nefastas moléculas dentro do fígado, um toucinho, por exemplo, é fonte direta de você sabe bem o quê. Logo, alterações alimentares como a exemplificada à direita, que reduzem o aporte desses dois nutrientes, são preconizadas para se manter resguardado contra o problema.


A história da comunicação


1. Só no papo
A fala surge quando gestos, expressões faciais e o uga-uga da Pré-História não são mais suficientes

2. A mensagem eternizada
A escrita libera o cérebro da tarefa de memorizar. Com ela, o saber pode ser acumulado fora do corpo e é possível deixar registros que serão vistos mesmo depois da morte. A palavra escrita torna-se sagrada e os livros, pilares das religiões

3500 a.C.
Os egípcios criam os hieróglifos

4000 a.C.
Já havia serviço de correio entre chineses

8000 a.C.
As primeiras inscrições em carvernas são dessa data

3. Reprodução em série
A prensa, inventada por Gutenberg em 1452, permitiu a reprodução fiel e a difusão de uma mesma mensagem. Os acontecimentos circulam com rapidez. Notícias ganham alcance continental, de forma periódica. Instala-se a idéia da liberdade de imprensa: é preciso dizer tudo

305 d.C.
Primeiras prensas de madeira inventadas na China

1450
Jornais aparecem na Europa

1650
Primeiro jornal diário aparece na Alemanha

4. A mensagem sem fronteiras
O ar é um suporte mais dinâmico e democrático do que as folhas de papel. Com os veículos "de massa", é possível atingir uma multidão de anônimos. As ondas do rádio encurtam distâncias. O telégrafo e o telefone possibilitam a comunicação instantânea - com a interação quase imediata de emissor e receptor - e, por isso, funcionam quase como extensões do corpo

1835
O telégrafo elétrico é inventado por Samuel Morse

1876
Alexander Graham Bell patenteia o telefone elétrico

1887
Emile Berliner inventa o gramofone

1894
O italiano Marconi inventa o rádio. Trinta anos depois, o veículo está no auge da sua popularidade

1899
Primeira gravação magnética, ponto de partida de fitas cassete

1948
Inventado o LP de vinil de 33 rotações

5. A ilusão do mundo real
A comunicação audiovisual poupa-nos o esforço da imaginação. Da urgência de captar o movimento de uma sociedade industrializada, surge a fotografia. Logo o cinema cria a ilusão do movimento real. A TV traz o mundo para dentro da sala - e, com ele, as mensagens publicitárias. Há uma nova maneira de perceber o planeta: é o começo da globalização

1827
Joseph Nicéphore Niépce faz a primeira fotografia de que se tem notícia

1888
Aparece a câmera fotográfica de filme de rolo

1895
Os irmãos Lumière inventam o cinema na França

1910
Thomas Edison faz a demonstração do primeiro filme sonoro

1923
A televisão é inventada por Vladimir Kosma Zworykin

1927
Primeira transmissão de televisão na Inglaterra

1934
Inventado o videotape

6. Tudo ao mesmo tempo agora
O mundo virtual é um imenso arquivo de dados sempre disponível. Não há fronteiras: tudo está ligado em rede planetária. E um minúsculo aparelho é capaz de nos dar acesso a todo esse universo. Os impactos da internet mudam as relações de trabalho, o aprendizado e a vida social. É preciso rever alguns conceitos, como a liberdade de expressão

1971
Surge o primeiro disquete de computador

1976
Inventado o computador pessoal Apple I

1981
Vendido o primeiro PC da IBM

1994
Nasce a World Wide Web

FONTE: Super interessante

Ciclo de Debates Pró-CNPq discute Memória Institucional


Como preparar os próximos anos com uma gestão compartilhada da informação entre parceiros é o objetivo do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) ao introduzir um ciclo de debates pró-CNPq em 2011. O primeiro evento, ocorrido na quinta-feira passada (05/05), no auditório do novo prédio do conselho, em Brasília, abordou o tema “Memória Institucional”, do qual participou o diretor do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT), Emir Suaiden, na condição de um terceiro olhar sobre a questão. O evento foi aberto pelo presidente do CNPq, doutor Glaucius Oliva.
O debate seguiu um modelo acadêmico, cuja dinâmica girou em torno de um ponto, apresentado pela coordenação da equipe responsável pelo tema; contraponto, apresentado pelas representações dos servidores; e do terceiro olhar, apresentado por um convidado especialista externo, além de um moderador e do presidente da mesa.
Ao abrir o debate, Glaucius Oliva disse que o CNPq tem identificado grandes desafios para a ciência do futuro e a ciência que é feita no país. O presidente do CNPq ressaltou que o Conselho teve um crescimento extraordinário ao longo dos seus 60 anos, mas que o desafio daqui para a frente é maior. “Antes, crescer significava publicar mais, formar mais mestres e doutores e espalhá-los pelo país. Agora nós precisamos nos preocupar com outras coisas. Vamos fazer pesquisas de mais qualidade, profundidade e aproximação com os desafios do conhecimento humano, e não aquela pesquisa continuada dentro dos temas que estamos acostumados a estudar e a publicar. Esse é o desafio. A fronteira do conhecimento de qualidade e impacto requer ajustes no nosso sistema de gestão, acompanhamento e avaliação e priorização. Por outro lado, temos outro desafio, que é o de inovar. Por exemplo, pegar o conhecimento e aplicar; ou ainda melhor, antes de gerar conhecimento, identificar os problemas que nós precisamos resolver no país em uma dada forma de gestão”, enfatizou.
Emir Suaiden, ao apresentar o seu ponto de vista, ou olhar externo, afirmou que a perda de memória significa aumento da dependência científica e tecnológica do país. Ele exemplificou sua fala dizendo que, na época do governo Collor, que acabou com diversas instituições, a memória de várias organizações teve como destino o lixo. “O Instituto Nacional do Livro tinha, no período, cartas de Monteiro Lobato e, hoje, ninguém sabe onde elas estão. Isso é a memória perdida do país”, disse, lembrando que a falta de memória levanta a perspectiva que o custo Brasil aumenta mais.
Outra questão abordada por Emir Suaiden foi o papel das bibliotecas na sociedade brasileira. Segundo ele, ainda hoje, as bibliotecas estão localizadas no subsolo dos prédios. “Ou seja, é esse o significado da informação?”, questionou Suaiden. Ele afirmou que os anglo-saxões têm uma memória ativa, permanente e lúcida, pois valorizam a indústria editorial, e que as bibliotecas são sinônimo de qualidade, além de que os usuários leem e o público leitor é muito forte. “Tudo isso aguça a memória e constrói o processo de desenvolvimento. Quanto aos latinos, nós ainda temos problemas. A revolução tecnológica nos mostrou que a produção de riqueza vem pela informação, e nossa infraestrutura informacional ainda é muito decadente. Durante muitos anos no Brasil, os pesquisadores de história e arquivologia preferiram ir à Library of Congress de Washington, pois lá encontrariam muito mais documentos, do que na Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro. Também até hoje a British Library, no seu centro de estudos latinos, tem muito mais documentos que o Paraguai, Uruguai e Argentina”, salientou.
O aluno de doutorado do departamento de Ciência da Informação da Universidade de Brasília (UnB), Valério Brusamolin, contou sobre sua experiência com o registro das narrativas feitas no IBICT e o impacto delas na cultura organizacional. Valério entrevistou gerentes de projetos, assim como ministrou oficinas e treinamentos com gestores. “Se a informação não for comunicada e compartilhada, ela é estéril. Ela só surte efeito se for comunicada. Implantando a memória e narrativas como instrumento de gestão, a informação sai de um papel passivo para um papel ativo”, considerou.
Ao encerramento, o professor Emir Suaiden falou da iniciativa do CNPq, afirmando que um dos principais requisitos para se resgatar efetivamente a memória institucional é o diálogo aberto. “Nesse sentido, considero perfeito o método adotado pelo CNPq.”, elogiou.
Participaram das discussões da mesa: Ricardo Guanabara Leal, representante dos servidores no Conselho Deliberativo do CNPq, como moderador; Roberto Muniz Barreto de Carvalho, chefe do serviço de Documentação e Acervo Sedoc/CNPq; Jovan Guimarães Gadioli dos Santos, chefe de gabinete da presidência do CNPq; Wayne Brod Beskow, integrante do grupo de aprendizagem pró-debate; e Luis Miguel de Oliveira, integrante do grupo de aprendizagem pró-debate.


FONTE: IBICT

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Mosquita hiperativa




A dengue não afeta somente os humanos. Um estudo de pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) publicado no periódico Plos One mostra que a fêmea do mosquito Aedes aegypti – transmissor da doença – também tem seu comportamento alterado pelo vírus da dengue. A ‘mosquita’ fica agitada e chega a se locomover o dobro dos insetos não infectados.
Os pesquisadores analisaram em laboratório o comportamento de fêmeas do Aedes aegypti infectadas com o sorotipo 2 do vírus da dengue, um dos mais comuns no Brasil. Os mosquitos infectados foram colocados em tubos de vidro e observados durante sete dias.
Durante esse período, um sistema de monitoramento contou, por meio de raios infravermelhos, quantas vezes cada mosquito passou pelo ponto central do tubo de vidro. O resultado da experiência mostrou um aumento da atividade dos insetos que variou de 10% a 50% em relação a sua movimentação normal.
Estudo Fiocruz-UFRJ
Os mosquitos foram colocados dentro de tubos de ensaio e introduzidos em um equipamento que usa raios infravermelhos para monitorar a sua atividade locomotora. (imagem: Labimi-IOC/ Fiocruz)
A hiperatividade dos insetos foi observada inclusive no período noturno, quando normalmente esses insetos ficam menos ativos. Segundo os pesquisadores, é possível que a mudança de comportamento afete os horários em que as fêmeas dos mosquitos saem para se alimentar.

Novas estratégias de controle


A descoberta pode ajudar no desenvolvimento de futuras estratégias para o controle da dengue. “Abrimos caminho para pesquisas que avaliem como a mudança da atividade dos mosquitos influencia a dinâmica de transmissão da doença”, diz uma das autoras do estudo, a bióloga Rafaela Bruno, da Fiocruz.
“Mas ainda são necessários mais estudos para que possamos dizer quais medidas podem ser tomadas para controlar a dengue.”

No Brasil, além do sorotipo 2, circulam outros três tipos de dengue. Os pesquisadores, no entanto, ainda não sabem se mosquitos infectados com outros sorotipos teriam a mesma reação.Os pesquisadores acreditam que a mudança de comportamento dos mosquitos acontece porque o vírus da dengue afeta o seu sistema nervoso e o chamado relógio circadiano, um mecanismo interno que controla os ritmos biológicos do inseto.
Os cientistas iniciam agora a fase seguinte do estudo, em que pretendem analisar os genes que controlam o relógio circadiano dos mosquitos. “Já fizemos estudos preliminares que mostram que esses genes são afetados quando o mosquito é infectado; agora vamos nos aprofundar nessa questão”, diz a bióloga da Fiocruz Tamara Lima Camara, que integra a equipe da pesquisa. 

Referenciais curriculares para Educação das Relações Étnico-Raciais são debatidos em audiência pública




A Secretaria da Educação do Estado da Bahia apresenta, em julho, os referenciais curriculares que nortearão o ensino da história e cultura africana e afro-brasileira nas escolas da rede estadual. O documento preliminar, finalizado na sexta-feira (27), no Instituto Anísio Teixeira (IAT), em Salvador, será encaminhado ao Conselho Nacional de Educação e deve firmar as Diretrizes Estaduais para Educação das Relações Étnico-Raciais.
“Saímos daqui prontos para atender uma reivindicação antiga dos educadores: um referencial que contempla todas as áreas do conhecimento, pensado para ajudá-los a cumprir a lei nº 10.639/03, a incluir no currículo escolar o ensino da história da África”, anuncia a coordenadora de Educação para Relações Étnico-Raciais da Secretaria da Educação do Estado da Bahia, Nádia Cardoso.
Cerca de 200 pessoas, entre educadores, lideranças quilombolas e representantes de movimentos sociais e organizações sociais negras contribuíram diretamente para a elaboração do documento, concluído após quatro audiências públicas, realizadas no período de um ano. O referencial apresenta reflexões originadas destas escutas e práticas bem sucedidas já implantadas em escolas da capital e do interior, bem como experiências de ativistas negros que vêm, ao longo da vida, se dedicando à Educação e à Cultura como meio de inclusão social e ferramenta na luta contra o racismo, discriminação e violência.
É o caso de Makota Valdina. Educadora e símbolo da luta contra a discriminação racial, ela conta que sempre trabalhou a história dos negos na sala de aula. “Era tudo do nosso próprio fazer. Não tinha lei, não tinha diretriz. Pegávamos as letras das músicas, os panfletos que os educadores que estavam na ativa confeccionavam”. Para Valdina é tempo de celebrar um avanço. “Isso aqui não é uma atividade isolada, é fruto de uma caminhada. Por isso, a gente que veio antes tem que estar aqui e aproveitar esse momento”, completou.
A diretora do Ilê Ayê, Arany Santana, também é professora e compartilha, com otimismo, a realidade vivenciada por Makota Valdina. “Fizemos tanto de maneira informal, com esforço próprio. Quem nos ensinou a história da África não foi a Academia. Elevamos a autoestima das mulheres negras, fizemos músicas que cantam a resistência, que ressaltam a beleza. Agora vou esperar para ver a escola fazer e com fé em Deus, vai acontecer. Estamos mais maduros. O educador sabe que precisa assumir o seu papel que, para isso, tem que ter identidade, se autorreconhecer, saber a sua própria história, estar preparado”.
E reconhecimento da identidade foi o que inspirou as colocações do professor de educação física Nauber Leite Costa – o mestre Soldado, a respeito da Capoeira. “No imaginário social, o esporte ainda é o único conteúdo das aulas de educação física. Mas cultura afro-brasileira traz danças, lutas, jogos, brincadeiras. A capoeira precisa configurar nos conteúdos curriculares da escola, fazer parte da formação dos nossos estudantes. Está presente em mais de 160 países, sendo o maior divulgador da língua brasileira. Suas músicas são cantadas em português, não há tradução”, defende o professor, enfatizando, ainda, o cuidado que se deve ter com a formação docente. “É preciso que as universidades pensem nas disciplinas para preparar o professor para ensinar a história africana e afro-brasileira”.


Ciência cidadã


Vários projetos científicos atuais envolvem esforços de coleta e análise de dados em grande escala, que atingem às vezes volume medido em gigabytes (volume de dados que cabe em um DVD) ou terabytes (mais de 200 DVDs cheios).
Um projeto desse tipo é a Pesquisa Sloan Digital do Céu (SDSS, na sigla em inglês), iniciado em 2000 com o objetivo de mapear objetos astronômicos como estrelas e galáxias em grande detalhe.
Esse projeto usa um telescópio dedicado apenas a ele, além de computadores e programas de alto desempenho para processar as imagens, incluí-las em bancos de dados e disponibilizar tais dados em diversas modalidades, tanto para astrônomos e astrofísicos quanto para o público em geral.
Entre os dados coletados pelo SDSS está um catálogo com informações sobre mais de 930 mil galáxias. O que pode ser feito com todos esses dados? Em forma bruta, essa enorme quantidade de dados tem valor científico, mas este só será revelado quando eles forem analisados, permitindo obter informações relacionadas ao estudo que motivou a coleta.
No caso do SDSS, algumas informações sobre as galáxias podem ser determinadas ou calculadas automaticamente, por programas computacionais mais simples, diretamente a partir das imagens, mas outras exigiriam maior esforço computacional ou humano para sua obtenção.
Um exemplo está no grande interesse dos astrônomos pela forma das galáxias, que podem dar indícios de como se formaram, e por outras características que não podem ser extraídas automaticamente de forma confiável – resultados obtidos por observadores humanos são considerados muito superiores.
Chris Lintott, astrônomo da Universidade de Oxford (Inglaterra), estimou que um estudante de pós-graduação precisaria de três a cinco anos de trabalho incessante, sem dormir e dedicando-se integralmente a essa tarefa, para indicar manualmente as formas das galáxias contidas na base de dados do projeto.
Já Alex Szalay, da Universidade Johns Hopkins (Estados Unidos), observou que provavelmente não existem astrônomos em número suficiente, no mundo inteiro, para analisar todos os dados do SDSS.
Como obter, então, as formas de quase um milhão de galáxias? Os dados brutos estão disponíveis, mas métodos automáticos não são confiáveis o suficiente para obter as informações desejadas e não é possível exigir de especialistas que dediquem o tempo necessário para o processamento manual desses dados. 

Sem restrições


Uma solução aparentemente ingênua foi usar voluntários não-treinados para ajudar na classificação das formas dessas galáxias. Para isso, foi criado um projeto chamado Galaxy Zoo, que usa os dados do SDSS e os apresenta em uma página na internet, onde usuários podem opinar sobre os formatos das galáxias presentes nas imagens.
Não existem restrições aos possíveis colaboradores do projeto: os usuários interessados não precisam ter conhecimentos em astronomia, mas devem se cadastrar na página e ler um breve e simples conjunto de instruções antes de começar a participar.
A idéia parece, à primeira vista, destinada ao fracasso. Como esperar que voluntários não-treinados para o trabalho científico executem uma tarefa específica e não trivial, após ler um simples manual de instruções? Como confiar nos resultados obtidos com a colaboração dessas pessoas? Por que alguém seria voluntário para colaborar em uma tarefa desse tipo?
Os resultados do Galaxy Zoo foram surpreendentes. A página foi aberta ao público em julho de 2007 e, em três semanas, 80 mil usuários se cadastraram e realizaram mais de 10 milhões de tarefas de classificação de imagens de galáxias. 
Ao final de um ano havia 150 mil usuários, que classificaram mais de 50 milhões de imagens: em média, cada galáxia foi classificada mais de 50 vezes. Ferramentas auxiliares, como blogues e um fórum de discussões, foram criados para que os voluntários pudessem fazer observações, sugerir objetos interessantes e rever suas colaborações.


FONTE: Ciência Hoje On-line.