terça-feira, 12 de abril de 2011

Gagueira também é coisa de monarca




Eu tenho a voz.” A frase é proferida pelo Rei George VI (1895-1952), interpretado pelo ator inglês Colin Firth, em um dos pontos altos do filme O Discurso do Rei, que estreia nesta sexta-feira, 11 de fevereiro, nos cinemas. Por si só, ela carrega um forte significado, já que vem de um monarca que lideraria o Reino Unido durante a Segunda Guerra Mundial (1940-1944) — afinal, convencer todos os britânicos de sua capacidade em um período tão conturbado não era nem de perto uma tarefa fácil. Mas a sentença proferida ganha ainda mais peso quando se sabe que George VI, também conhecido como príncipe Albert, sofria com uma intensa gagueira.

Esse tipo de disfluência não é privilégio da nobreza. Atualmente, 5% da população mundial a carrega de maneira passageira, geralmente dos primeiros anos de vida até os 12 anos. Já 1% sempre irá conviver com o problema. “Para falar, vários circuitos cerebrais são envolvidos. É preciso escolher as palavras, organizá-las e até saber como entoá-las”, afirma a fonoaudióloga Inês Maia Ribeiro, presidente do Instituto Brasileiro de Fluência (IBF). “Uma pessoa com gagueira tem dificuldade para unir tudo isso. É um problema de sincronia que ocorre no cérebro”, completa.

Em torno de 55% dos casos, esse distúrbio tem origem nos genes. O restante vem de traumas ou de males como o famoso acidente vascular cerebral. É que se ele atingir uma região específica do encéfalo pode culminar em bloqueios na hora de se comunicar. Com tudo isso, já deu para perceber que a questão não está na boca, no nariz, na língua ou nas cordas vocais, por mais que, em última instância, sejam eles os responsáveis por emitir o som. “Já se chegou a usar métodos extremamente arcaicos para lidar com a gagueira, como colocar próteses na língua”, revela Clara Rocha, fonoaudióloga do Grupo Microsom, em São Paulo. Sabe quem teve que passar por isso? George VI.
Sorte que, depois de submetido a técnicas hoje sabidamente ineficientes, o rei conheceu o terapeuta Lionel Logue, interpretado no longa metragem pelo australiano Geoffrey Rush. Ele seria o que hoje chamamos de fonoaudiólogo. São esses profissionais que possuem o conhecimento necessário para atenuar os efeitos desse curto circuito na massa cinzenta. “Por meio de técnicas específicas, tentamos ativar outras vias no cérebro”, aponta Clara. “Há pesquisas científicas mostrando que, após o tratamento, as áreas cerebrais de um indivíduo com esse problema estão mais parecidas com as de sujeitos fluentes”, corrobora Inês. Durante as sessões, a musculatura responsável pela fala, muitas vezes desequilibrada em decorrência da pane na cabeça, também é trabalhada para relaxar e fazer seu serviço a contento.

Hoje, sabe-se da importância do diagnóstico precoce. “Se a criança ficar mais de seis meses gaguejando, procure um especialista”, recomenda Inês. Isso porque, quanto mais cedo começa o tratamento, maiores são as chances de controlar o transtorno. Ele pode não ter cura, porém, como bem mostrou o Rei George VI, não impede ninguém de compartilhar sua ideias, suas histórias e a sua saúde com muita gente.


A tecnologia contra a gagueira

Desde 2008, o Grupo Microsom comercializa no Brasil um aparelho com o nome de Speech Easy. Colocado na orelha, ele auxilia a atenuar os bloqueios na língua. “Quem o usa, ouve sua própria voz com uma frequência diferente e ligeiramente atrasada”, explica a fonoaudióloga Clara Rocha, da empresa que vende o produto. É como se você ouvisse outra pessoa expressando o que você acabou de dizer. Seria uma espécie de dica que o cérebro recebe para o que será falado a seguir. Apesar de o aparelho ser novo, a técnica já é usada há muito tempo pelos fonoaudiólogos — tanto que até possui um nome: efeito coro. No consultório, por exemplo, eles leem um trecho junto com o paciente e observam melhoras significativas.

“Entretanto, não são todos os que se beneficiam do Speech Easy. As os que não melhoram nada e os que sentem muito incômodo. Afinal, todos os sons são alterados”, contrapõe Inês Maia Ribeiro, presidente do IBF. “E é um produto caro”, arremata. Atualmente, ele custa R$ 9 900 reais.



Menos refrigerantes para as crianças


Um dado apresentado por pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o IBGE, revelou algo que muitos já imaginavam, infelizmente. O brasileiro está cada vez menos comendo arroz e feijão. Para piorar, o povo está cada vez mais consumindo refrigerante e cerveja.

A pesquisa foi divulgada em dezembro de 2010, conforme coleta de informações entre maio de 2008 e maio de 2009.
Essa pesquisa não é direcionada às crianças, mas seus efeitos poderão ser facilmente ligados ao público infantil. A razão é simples: pais que se alimentam inadequadamente geralmente oferecem uma refeição saudável aos filhos. Isso não significa que se o pai ingere cerveja, o filho também consumirá. Longe disso.
Mas a criança é uma "esponjinha" dos pais. Ou seja: tendem a copiar as atitudes dos pais. Se o pequeno sentar à mesa e notar que os pais comem com gosto uma maçã ou uma salada bem temperada ou então bebem um suco de laranja fresquinho, a chance de a criança se interessar por esses hábitos saudáveis é grande.
Agora um pai que traz refrigerante ou alimentos "engordativos" para casa estará contribuindo para alimentação ruim das crianças.
Tudo bem, de vez em quando é uma delícia beber refrigerante. É barato, fácil de encontrar e prático para beber (não precisa descascar ou coar), e é ótimo acompanhamento para pizzas e outras coisas. Mas o consumo diário de refrigerante é prejudicial às crianças.
Um copo cheio de refrigerante, por exemplo, contém em média de 80 a 100 calorias. Uma bomba principalmente para crianças com problemas ligados à obesidade.
É verdade que um copo com suco de laranja é tanto quanto calórico (90 calorias, em média), mas o suco fornece inúmeras propriedades nutritivas, como vitaminas e minerais. O refrigerante é paupérrimo em nutrientes.
O excesso de refrigerantes pode aumentar o risco de diabetes tipo 2, devido à grande quantidade de açúcar. Não à toa, a obesidade e diabetes tipo 2 aumentaram nos Estados Unidos, maiores consumidores de refrigerante.
Lembrem-se, pais: seu filho vê você como um "super-heroi". O que você fizer ele certamente achará o máximo. Portanto, não seria interessante você dar bons exemplos alimentares ao seu filho?

Pele Saudável com uma Boa Nutrição


O recurso ao botox ou gastar centenas, por vezes milhares de euros em cremes que fingem desafiar a idade não são as únicas formas de manter a sua pele com um aspecto fresco, vigoroso e saudável. Uma das estratégias mais eficazes para fortalecer a saúde da sua pele é nutrir o corpo através de uma alimentação saudável e equilibrada. As investigações demonstram que consumir certos tipos de alimentos pode ajudar a prevenir rugas, danos causados pela exposição ao sol e manter a pele hidratada. Na próxima vez que for às compras, faça também uma lista para a sua pele.

Laranja, frutos vermelhos e produtos hortícolas

A fruta e legumes que possuem pigmentação vermelha apresentam altas taxas de antioxidantes que ajudam a prevenir o enrugar precoce da pele. As batatas-doces, tomates e o melão, por exemplo, podem ajudar a manter a sua pele firme e brilhante. Acrescente mais frutas e legumes como estes à sua alimentação diária. Em vez de fazer puré de batata ou batatas cozidas com a batata regular, utilize batatas-doces com um pouco de açúcar amarelo e um pouco de manteiga. Quando fizer uma sandes ou salada para o lanche, acrescente umas fatias de tomate, e troque as batatas fritas ou salgados por fatias frescas de melão.

Citrinos

Consumir citrinos numa base diária vai ajudar a manter a sua pele hidratada, o que a longo prazo vai prevenir as rugas. A vitamina C é um antioxidante muito poderoso que pode manter o colagénio na estrutura da sua face e impedir a flacidez. Contudo, e porque a vitamina C é solúvel na água, os níveis desta vitamina que podem ser armazenados no seu corpo são reduzidos, o que significa que terá de fortalecer o seu “stock” natural diariamente. As laranjas são uma das melhores fontes de vitamina C, mas as toranjas, limões e limas são também excelentes escolhas para manter os níveis de vitamina C regulares. O colagénio começa a desaparecer a partir dos 30 anos – comece a armazenar a partir de agora!
Misture laranja ou toranja nas saladas para uma combinação saudável e fresca de Verão. Esprema uns limões, lima ou laranjas e beba revigorantes limonadas ou laranjadas. Esprema um quarto de limão por cima de peixe grelhado ou de frango para um condimento exótico. As opções são variadas, seja criativo.

Chás

Os antioxidantes conhecidos com EGCG é uma poderosa substância que pode prevenir o acne, danos causados por exposição solar e inflamações de pele. O EGCG é também conhecido por combater o cancro da pele e outros tumores. Os chás, como o chá verde, chá preto ou chá branco são as melhores formas de ingerir o EGCG, já que bastam entre quatro a seis copos de chá por dia para beneficiar dos efeitos do EGCG na sua pele. Substitua gradualmente o café diário por chá – complementarmente a ajudar a sua pele, os antioxidantes presentes no chá serão poderosos promotores de saúde para todo o organismo.

Folhas Verdes

A vitamina A, um dos nutrientes mais importantes para a saúde da pele, combate o envelhecimento precoce, a formação de escamas e a desidratação. A vitamina A é também essencial para a renovação celular e promove o crescimento de nova pele. Os espinafres e bróculos, por exemplo, são excelentes fontes de vitamina A, sejam frescos, crus, cozidos ou cozinhados a vapor, os legumes de folha verde são excelentes agentes para a saúde da pele.

Peixe

Os ácidos gordos ómega 3 encontrados no peixe, como no salmão, atum, sardinhas ou mesmo no marisco, possuem propriedades anti-inflamatórias que combatem os danos causados pela exposição prolongada ao sol. Apesar de consumir peixe ser uma excelente forma de manter a sua pele radiante e gloriosa, mantenha moderado o consumo de marisco, de modo a não ingerir demasiado mercúrio. Comer peixe duas a três vezes por semana é suficiente, especialmente se a sua dieta já contempla bastantes alimentos saudáveis para a pele.



Ovários Policísticos


Assim como os mestres de obras, que zelam por todo o trabalho envolvido em uma construção, os hormônios são responsáveis por manter o organismo funcionando a pleno vapor. Mas, quando a fabricação dessas substâncias sai dos trilhos, o corpo da mulher pode ficar fora de sintonia. Quem tem a síndrome dos ovários policísticos (SOP), problema que se distingue pelo surgimento de cistos nos ovários e pela produção exacerbada de hormônios masculinos, conhece bem essa história. "O distúrbio desregula a menstruação, favorece o ganho de gordura abdominal e ainda pode provocar o aparecimento de acne e pelos no rosto e em outras partes do corpo", relata a ginecologista Angela Maggio da Fonseca, da Universidade de São Paulo.

Se o descompasso deixa de ser acompanhado por um médico, várias complicações não custam a aparecer. Entre elas, merecem destaque a infertilidade e, agora sim, falamos dele, o diabete tipo 2. Há um bom tempo os clínicos notam que as portadoras da SOP desenvolvem mais facilmente a resistência à insulina — o hormônio que conduz a glicose para dentro das células não consegue trabalhar direito e, aí, o açúcar sobra no sangue, abrindo caminho ao diabete. Mas faltava uma peça no quebra-cabeça: o que dispararia a tal da resistência? Especulava-se que tudo era fruto de uma interferência do excesso de hormônios masculinos. A resposta para o mistério, porém, parece recair sobre as células de gordura, os adipócitos.

Um estudo da Universidade de Gotemburgo, na Suécia, revela que as mulheres com o distúrbio, sejam elas magras ou gordas, apresentam adipócitos mais rechonchudos e com um defeito. Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores selecionaram 62 voluntárias, metade delas com SOP. Elas foram divididas em duplas formadas por uma participante com a síndrome e outra sem o problema, mas que tinham idade e peso semelhantes. Ao compará-las, os estudiosos constataram que o tecido adiposo daquelas com SOP produzia uma quantidade inferior de um hormônio liberado justamente pelos adipócitos, a adiponectina. "Essa substância facilita a ação da insulina. Na falta dela, a glicose tem dificuldade para entrar nas células", explica o endocrinologista Ivan Ferraz, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes.

De acordo com Ricardo Meirelles, presidente da Sociedade Brasileira de Endocr inologia e Metabologia, o trabalho é revelador porque alivia a culpa sobre o hormônio masculino e aponta que até mesmo jovens magras podem abrigar células de gordura volumosas e má produtoras de adiponectina. "É por isso que elas estão cada vez mais propensas à resistência à insulina e ao diabete tipo 2", afirma.

Vale ressaltar, contudo, que os quilos extras costumam agravar a situação. Portanto, quem tem ovários policísticos e quer manter distância do diabete deve apostar em uma dieta equilibrada aliada à prática regular de uma atividade física. O diagnóstico precoce e o monitoramento médico também são fundamentais. "Pelo menos 30% das mulheres com SOP não sabem que têm o distúrbio", calcula Meirelles. Não dá para vacilar e permitir que essa sigla promova uma algazarra hormonal.



Arroz integral reduz a gordura abdominal


Uma fina casca — para os olhos, essa é a única diferença entre o arroz integral e o branco. Para o corpo, no entanto, esse detalhe é fonte de inesgotáveis benefícios, que vão do controle do diabete à redução da gordura abdominal. Pelo menos essa é a conclusão de uma pesquisa feita por nutricionistas da Universidade Tufts, nos Estados Unidos, que analisaram a dieta de 2 800 pessoas. Entre elas, as que consumiam três ou mais porções de cereais integrais diariamente — e não abusavam dos refi nados — tinham até 10% menos gordura visceral, aquela que se deposita barriga adentro e recobre órgãos como pâncreas, intestino e fígado. À primeira vista, a redução pode parecer pequena, mas as vantagens são imensas. 


A começar pela barriga, que dá uma enxugada. Em consequência, o coração é beneficiado: células gordurosas mais murchas significam menos inflamação nas artérias e, claro, menos trabalho para fazer o sangue circular. “Sem contar que, nos últimos anos, a ciência provou que a distribuição da gordura no corpo é importante para determinar o risco cardiovascular”, explica José Renato das Neves, cardiologista do Hospital Samaritano de São Paulo. “Pessoas que nem sequer têm peso elevado, mas apresentam a adiposidade nas vísceras ou órgãos internos, apresentam um risco maior.” Junto a tantas vantagens, existe ainda a menor probabilidade de aparecimento de tumores, como o de mama. 

Agora resta a pergunta: como essa casquinha, que parece tão insignificante, consegue resultados tão surpreendentes? “A resposta está no seu teor de fibras. Quanto maior seu valor, menor é a quantidade de glicose e lipídios absorvidos. Esses fatores são importantes para evitar a deposição de gordura intra-abdominal”, esclarece Rosana Radominski, endocrinologista e presidente da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (Abeso). É que as fibras formam uma espécie de goma quando entram em contato com a água e, assim, tornam a digestão mais lenta, fazendo com que o açúcar proveniente dos alimentos seja assimilado aos poucos. Se não fosse dessa forma, aumentaria a produção de insulina, hormônio responsável por mandar a glicose para dentro das células. Só que, em excesso, ele infla os pneus da barriga e, ainda, abre caminho para o diabete.

Quem come arroz diariamente costuma se alimentar de maneira mais saudável em todas as refeições — e aí o corpo agradece com todas as suas forças. Ao analisar dados de 1999 a 2004 sobre a dieta de mais de 25 mil crianças e adultos, pesquisadores americanos constataram que nos apreciadores desse cereal não havia carência de nutrientes essenciais para o organismo, como ácido fólico, potássio e outras vitaminas do complexo B. Muito pelo contrário. 

O estudo, realizado por uma empresa de consultoria alimentar, baseou-se no National Health and Nutrition Examination Survey, um levantamento feito periodicamente pelo governo dos Estados Unidos. O resultado mostrou ainda que os consumidores regulares de arroz têm menor propensão a acumular quilos extras, 34% menos risco de hipertensão e 27% menos probabilidade de aumento na circunferência abdominal. “O arroz em si, principalmente o integral, é considerado uma boa fonte de fibras alimentares, de vitaminas do complexo B e de minerais”, confirma a nutricionista Patrícia Ramos, coordenadora do Serviço de Nutrição do Hospital Bandeirantes, na capital paulista. “A longo prazo, sua ingestão diminui mesmo o risco de diversas doenças.” 

Os tipos integral e parboilizado também ganham destaque pelos teores de metionina, um aminoácido essencial que evita a queda dos cabelos e hidrata pele e unhas. “Sem contar que a metionina é precursora de um neurotransmissor, a serotonina”, conta Patrícia. Essa substância é uma espécie de antidepressivo natural. O aminoácido ainda auxilia na redução do colesterol e afasta a fadiga crônica. Com tantos benefícios, é triste saber que o cereal deixou de ser o preferido dos brasileiros na hora do almoço e do jantar. Segundo um levantamento do Instituto Brasileiro de Geografi a e Estatística (IBGE) divulgado no fi nal do ano passado, hoje consumimos cerca de 40% menos arroz do que no início dos anos 2000. Mas, justiça seja feita, ele merece dar a volta por cima — e retornar para a sua mesa, principalmente na versão integral, é claro. “O ideal é ingerir o alimento na maioria das refeições”, sugere a nutricionista Renata Garrido, do Hospital Nove de Julho, em São Paulo. “Não há uma recomendação mínima, mas o correto é substituir o branco e incluir o integral aos poucos. Mas, como esse é um hábito novo para boa parte da população, o mínimo consumido já é válido”, conclui.